Uma das maiores dificuldades é definir o que se enquadra em terrorismo.
Não há uma definição das Nações Unidas, e o mundo pede por isso. Mas uma das características do terrorismo mais aceita é que a ação direta nunca é a principal: a finalidade é sempre outra, maior. Quando alguém explode um prédio como o World Trade Center, em Nova York, por exemplo, o objetivo é acabar com o Estado de direito, a democracia, não com as pessoas que trabalhavam no local.
No caso do Rio de Janeiro, o que se vê é o uso de métodos terroristas, como jogar coquetéis molotov, fazer uso de explosivos e atear fogo a ônibus. Mas a ação dos black blocs, a meu ver, não é terrorismo, porque, para isso, eles teriam de ser um grupo com uma violência de matriz política permanente, com o objetivo de acabar com o Estado de direito.
Os black blocs surgiram em junho e estão mais para uma milícia privada. Se tirarmos a passeata, os black blocs somem. Eles têm organização, se comunicam, combinam quem vai levar os explosivos, resolvem sair mascarados, mas não têm um objetivo maior e permanente, como os terroristas.
Eles terminam ali, na passeata. A legislação adequada para enquadrá-los já existe: é a que prevê pena de quatro a oito anos por constituição de milícia privada.
São milicianos, pois são convocados e financiados, por quem ?
Pelos interessados em não deixar as manifestações pacificas expressarem suas vontades, cadeia neles !
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